Muito se fala, e com motivo, sobre evolução. E muitas vezes, não se refere à evolução humana como processo de mudança pelo qual as pessoas se originaram de antepassados, e sim da evolução espiritual. Esta, é a representação filosófica, teológica, esotérica ou espiritual de que a natureza e os seres humanos e/ou a cultura humana evoluem: ou se estendendo de um padrão cosmológico estabelecido (ascensão), ou de acordo com certos potenciais pré-estabelecidos.
Neste sentido, pode parecer que a evolução espiritual esteja vinculada ao progresso, ou seja, ao andamento dentro de um sistema de graduação, e esta percepção pode ser um limitador ao real entendimento do que ela representa. Pode ser que a evolução não esteja no ir adiante do ponto de vista social, de progresso e crescimento.
Como uma sociedade global, estamos nos deparando com um colapso ambiental severo, oriundo da própria ação humana sobre o meio ambiente. Muitas iniciativas, especialmente entre os mais jovens, demonstram um aumento dos que já possuem uma perspectiva mais concreta deste problema, e buscam, dentro dos seus estilos de vida, contribuir para sanar, dentro da sua capacidade como indivíduos, um pouquinho do problema.
Neste aspecto, devemos nos questionar: o que precisamos para evoluir espiritualmente? Evoluir envolve renunciar a algo? Ou apenas retomar as conexões que aos poucos fomos abandonando, especialmente a com a natureza e com os demais.
Talvez não se trate de darmos um passo adiante, e sim um passo atrás. Um pequeno passo atrás na forma de relacionamento da sociedade urbana, onde todos tratam-se com indiferença; um passo atrás na nossa interação com a natureza, a qual nos admiramos apenas em vídeos de grupos do WhatsApp ou no YouTube. Um passo atrás, muitas vezes, permite que consideremos o cenário de uma perspectiva mais ampla ou mais objetiva.
O amor flui através e anima a humanidade como a própria vida de nosso ser.