Segundo James Churchward em seu livro “O continente Perdido de Mu”, existiu no Pacífico Sul há milhares de anos, um continente habitado por um povo que tinha grande conhecimento e pertencia a uma civilização muito evoluída. Sua escrita era simples, assim como seus símbolos. No auge de sua civilização, um cataclismo destruiu o continente que passou a ser conhecido como Continente Perdido de Mu, sendo seus habitantes chamados de Povo de Mu. Acredita-se que ele afundou há mais ou menos 13.500 anos, dando surgimento ao que hoje denominamos de Polinésia, formada por várias ilhas como Samoa, Arquipélago do Havaí, Páscoa e outras.
Existem diagramas que mostram a simbologia desse povo, expressa nas suas divindades e num Ser Supremo. O povo de Mu nos legou pelo conhecimento trazido por seus mestres (naacals) e pelos kãhuna, diagramas, cujos símbolos se encontram em várias filosofias esotéricas como as do Egito, Índia, Birmânia, os Maias na Península de Yucatan e os Índios Pueblos do Sudoeste da América do Norte. Assim, recebemos da Terra Mãe da civilização, (Ta Rua), os símbolos que traduzem conhecimentos profundos e antigos do Povo de Mu.
Nosso trabalho baseia-se no estudo dos símbolos em geral e suas correlações com as culturas polinésias, principalmente as do Havaí.
O símbolo é uma linguagem universal, que expressa representações vindas dos “arquétipos”, captadas pelo Unihipili e elaboradas pelo Uhane, sob forma de pensamentos e imagens.
Os símbolos são a expressão da totalidade de um arquétipo, exprimindo a essência do mundo e da divindade, nas mais diversas religiões.
Essas representações nos são dadas principalmente pela mitologia. Sintetizam, ao longo da história, os caminhos que o homem percorreu para descobrir algo sobre o universo e sobre si mesmo.
Segundo a mitologia do Povo de Mu, na criação do universo, o Supremo (Teave), com seu sopro divino, organizou Po, criando o Verbo (Vai Ora), “que significa Água Viva”.
Em várias religiões e filosofias, esse símbolo está representado pela água, como elemento de purificação, de nova vida, como por exemplo, nos batismos.
Na Psicofilosofia Huna, a água aparece como símbolo de Vida, quando energizada por Mana, que lhe dá movimento, possibilitando a tranferência das imagens formadas por um pensamento sem dúvidas (paulele), como por exemplo, na formulação da prece ação. Simbolicamente, essa imagem é conduzida pelos cordões aka ao Unihipili, através de gotículas de mana, sob representação de água, na condição acima descrita.
Assim, ao olharmos no aqui/agora, o caminho percorrido pelo homem através de sua história, vemos que nada há de novo; os mitos se repetem, nas várias civilizações, através dos tempos. Cremos que ao estudarmos e incorporarmos a Psicofilosofia Huna em nossa vida diária abrimos caminho para nosso desenvolvimento, como seres humanos, aproveitando mais essa oportunidade de avaliação para limparmos a memória do Unihipili de crenças limitadoras, criando um agora/aqui, onde os sete princípios xamânicos possam ser realmente sentidos e experienciados, na busca de um pensar, sentir e agir mais harmoniosos.
Maria Aparecida Ribeiro Scatena