Esta seção tem como objetivo estimular a leitura, a reflexão e o levantamento de dúvidas sobre os textos publicados no Boletim e no Site da Associação www.huna.org.br.
Convidamos você à leitura dos artigos publicados pela Associação, estudar e enviar suas dúvidas, as quais serão respondidas por Sebastião de Melo, médico psiquiatra, estudioso da Huna. Coordenador Cultural da Associação e editor dos Boletins da AEH.
A seguir comentários sobre perguntas enviadas por e-mail, sobre o artigo “O que é a vida? A vida é um Sonho – Sonho Básico de Vida”, de Sebastião de Melo, publicado no Boletim no. 72 e no site. As respostas em forma de comentários explicativos são do próprio autor.
Pergunta 1
Na estruturação do nosso sonho básico de vida, na intervida, planejamos as etapas que desejamos galgar no crescimento rumo à evolução?
Resposta:
O aprendizado em qualquer sentido começa com um ensinamento; inicialmente bem simples e básico e aos poucos vai se desenvolvendo para que haja uma concatenação das coisas aprendidas numa seqüência que ordene o aprendizado para que não haja uma descontinuidade, vindo a prejudicar o resultado. No caso do sonho básico de vida esse resultado é a formação das memórias genéticas programadas que obedecem a uma seqüência de acordo com as etapas possíveis de serem executadas durante toda a futura vida preparada para este sonho básico. Não creio que seja um planejamento, mas sim, possibilidades de se transformarem essas memórias em ações. Inicialmente são anatomofisiológicas e conseqüentemente, na formação das memórias aprendidas nas experiências, irão se desenvolver não através de um planejamento, mas de uma programação de aprendizado de acordo com a vontade que é uma atitude individual.
Acho que em estado potencial trazemos as possibilidades do crescimento do sonho básico que, além de ser individual, ainda faz parte de uma rede sociométrica também preparada na intervida.
As etapas são as naturais, dadas pelo tempo cronológico da existência de cada um, situações em que as experiências ditarão o rumo da vida, de acordo com a intenção com que se praticam as ações, de acordo com as limitações de cada um.
Resumindo, tudo está em estado potencial para ser desenvolvido através das experiências vivenciadas do nascer ao morrer, depois de ter passado pela fase fetal.
Tudo isso está ligado ao crescimento que, uma vez desenvolvido leva à mudança de valores e padrões, quando se inicia a evolução.
Pergunta 2
O sonho básico de vida é somente uma faceta de nossa essência? São estruturas básicas de um projeto de vida que do ponto de vista do aqui/agora, agora/aqui se traduzem em memórias?
Resposta:
O sonho básico de vida não é uma faceta de nossa essência; ele é a representação de uma parte de todas as memórias contidas na essência de nossos espíritos e que devem ser vivenciadas após o preparo em Po no aqui/agora, que é o Ike de cada vivência que forma as memórias. É no agora/aqui que as possibilidades latentes trazidas nas memórias despertam a movimentação dessas memórias que, conduzidas pelos cordões-aka vão produzir a imaginação, ideação, pensamentos e sentimentos formando as memórias aprendidas que são cada aqui/agora. Assim se dá a concatenação dos ikes que desenvolvem o aprendizado propiciando o crescimento e posteriormente a evolução.
As memórias são fatores primordiais e essenciais para o desenvolvimento do sonho básico de vida, mas têm valor quando são transformadas em ações, pois só assim, se dá a reformulação das memórias e como conseqüência, o crescimento.
Pergunta 3
A. R. pergunta: Como sei se estou vivendo dentro do meu sonho básico? Qual é meu sonho básico? Como eu vou saber em que profissão vou desenvolver mais e evoluir?
Resposta:
Todos nós estamos sempre vivendo do sonho básico de vida, mesmo quando não estamos desenvolvendo a programação feita em Po. Muitas vezes entramos pelas ações praticadas, em verdadeiros desvios do sonho básico, situações a que todos estão sujeitos.
Pelas normas sociais vigentes representadas por leis criadas na sociedade a que pertencemos, quer sejam legais, morais ou religiosas temos a capacidade de percepção das situações que geralmente são proibidas ou não são adequadas a um bom desenvolvimento pessoal. Nestes momentos nossa percepção é um guia que nos mostra as tendências que estão traçadas em nosso sonho básico de vida e que pela razão ditada pelo uhane concluímos se este é ou não, o caminho a seguir para um bom crescimento espiritual. Quando estamos sob uma influência de vida em que temos de tomar uma decisão, emergem memórias que irão despertar idéias e pensamentos que nos mostram qual é a tendência que temos para a prática de qualquer atitude que tomamos e daí vêm as decisões. Toda atitude leva a uma ação que forma uma memória aprendida nova ou é acrescentada a uma já existente. Essa memória está ligada à nossa estrutura pessoal que se manifesta como uma lembrança da genética programada. A escolha profissional é uma situação de vida em que somos colocados à prova; nem sempre seguimos aquilo que começamos; muitas vezes abandonamos um caminho para seguir outro por já termos formado memórias que pelo pensamento e sentimento nos mostra que este não é o caminho a seguir ou que realmente estamos dentro do que vai produzir os melhores frutos para nosso crescimento. Com as ações praticadas num determinado sentido damos início ao surgimento de uma fé. Se formos capazes de sentir e analisar criteriosamente o que está acontecendo dentro de nós nessa situação, seremos capazes de perceber, concluir e decidir qual será nosso caminho.
O que necessariamente precisamos é ter a vontade de seguir os desejos despertados nessas ocasiões. Se assim acontecer tudo é aprendizado.
Resumindo, o sonho básico de vida é o resultado de todas as ações praticadas e das que deveríamos praticar e não o fizemos. O conjunto dessas ações e suas reações nos conduzem a percepções que nos induzem a sentir ao que, primeiramente está certo ou errado para meu crescimento e, posteriormente, ao que é bom ou ruim para meu desenvolvimento. Creio que isso é tomar conhecimento do sonho básico de vida. Acho que assim, adquirimos a fé que nos orienta para nossas experiências pessoais. O importante não é definir se meu sonho básico é A ou B, mas sim, agir em todos os instantes da vida não deixando de praticar as ações por estarmos presos a conceitos, preconceitos a normas rígidas que nos tornam inflexíveis e incapazes de termos uma percepção adequada do que estamos fazendo.
Pergunta 4
A essência integral de todas as memórias está no Unihipili em PO. E é por isso que em Po fazemos “escolhas” para programar nosso sonho básico cuja lucidez não conseguimos (em AO) muitas vezes entender?
Resposta:
A essência em Po consta de unihipili, uhane e aumakua em seus reais kino-akas. As escolhas em Po são feitas através de um aprendizado, quando, além do livre arbítrio, somos ajudados por Poe-aumakua e espíritos de nossa rede sociométrica. A lucidez ou visão clara é apanágio de nosso crescimento e evolução espiritual. A falta de visão clara é conseqüência dos desafios dos sete princípios que estão muito presentes em nós quando reencarnados. O conhecimento de muitas das memórias que estão na essência do unihipili se fossem despertadas no aqui/agora traria mais problemas para nossa percepção, o que poderia impedir o crescimento. Conforme formos entendendo os desafios, mais percepção teremos de nós mesmos e mais coisas saberemos de vidas anteriores que possam nos ajudar nessa vida atual. Até lá teremos que amargar com nosso desafio ignorância e seus companheiros. Em um agora/aqui vamos entendê-lo; num sonho básico chegaremos lá.
Pergunta 5
O desenvolvimento intelectual que nos leva a novos conhecimentos (adquiridos nesta vida em PO) e que eventualmente não são transformados em ação vão fazer parte da memória adquirida? Ou são desperdiçados, isto é, não ficam gravados no kino-aka do unihipili?
Resposta:
O desenvolvimento intelectual que nos leva a novos conhecimentos são adquiridos durante a vida de cada sonho básico no corpo físico (kino) que atua em Ao. As memórias adquiridas estão no nível de camadas musculares e são frutos de ações praticadas durante a reencarnação. Acho que está havendo uma certa confusão em sua interpretação em relação ao que se adquire em Po e Ao.
Pergunta 6
Não poderia haver reformulação de memórias sem passar pelo desenvolvimento intelectual?
Resposta:
O pensamento é o fator primordial do sonho básico de vida. Não pode haver reformulação de memórias a não ser quando passam pela análise feita pelo uhane.
Análise é apanágio do intelecto; portanto todo crescimento está na dependência do intelecto. O que devemos fazer é transformar a análise crítica em análise criativa, mas para isso, necessitamos da mudança de padrões. Isso acontecerá quando já tivermos um sonho básico de vida suficientemente desenvolvido a ponto de sermos capazes de uma percepção que nos permita passar da linguagem intelectual (consciente) para uma linguagem inconsciente que se inicia com as inspirações.
Essa nova situação corresponde ao que denominamos de padrão A1/A em nosso artigo “Padrões e seu desenvolvimento”, publicado em boletim AEH.
Pergunta 7
Quando podemos ter certeza absoluta de que um padrão mudou? Será que somente na reflexão paralela lá em PO?
Resposta:
Quando você não conseguir fazer a você mesma essa pergunta, pois ela desperta dúvida e a dúvida não faz parte de quem já mudou de padrão.
É a vivência na crença sem dúvida (paulele). Creio que quem tem essas vivências não vive mais do intelecto como nós e é um iluminado. Um ser neste estado pode perfeitamente viver tanto em Po como em Ao. Deve haver muitos espalhados por aí. Vivemos dentro da relatividade onde não há o absoluto. Se mudamos em todos os instantes nossos ikes, deduziremos que em nosso Ao tudo é impermanente e, portanto bem longe das certezas e a análise é nossa linguagem.
Somente os seres que já estão em evolução vivem da reflexão paralela.
Pergunta 8
Acreditas que um indivíduo possa involuir a partir de seu sonho básico?
Resposta:
Não creio em involução; seria crer que a natureza dá passos para trás, o que só seria possível se se mudassem as leis naturais do universo. Toda experiência traz um conhecimento e todo conhecimento um crescimento. Na polaridade podemos crescer no bom ou no mau sentido de acordo com nossos conhecimentos e crenças que estão nos padrões atuais, dos quais conseguimos adquirir conhecimento.
Acho que nossa ignorância não nos permite a percepção do bem e do mal como sendo uma ilusão necessária para nossa sobrevivência; esse critério nos afasta da teia-aka e é o responsável pelos julgamentos rígidos que nos distancia do compartilhar com…que é Aloha
Outros Comentários
Pergunta: Uhane sentiu-se valorizado. Acredito que tanto uhane, unihipili e aumakua têm valores iguais para fins evolutivos, com funções diferenciadas. Para que haja crescimento e evolução do sonho básico é necessário que haja ações que vão gerar novas memórias? Ação pressupõe escolhas, portanto, responsabilidade de uhane de estar atento ao que estamos arquivando, e por vezes observando o que já está arquivado no unihipili para então agir e modificar.
Será que uhane decide o que deve ser memorizado?
Resposta:
Se falarmos em evolução teremos que mudar os critérios que estão sendo dados aos espíritos. Cada um tem suas funções definidas, mas quando estão representados em Ao por suas imagens, estão interligados dependendo um do outro para as ações; elas são frutos das memórias apreendidas pelo uhane para criar emoções, sensações, imaginação, ideação, pensamentos e sentimentos que vão reforçar ou reformular essas memórias, propiciando o aprendizado e conseqüentemente um crescimento.
Ações não pressupõem sempre escolhas. São fruto das memórias ativadas e captadas pelo uhane para movimentação do ser. Quando já existe um crescimento espiritual que permita as escolhas, o uhane é capaz de transformar memórias em novos pensamentos que reformularão essas memórias; ai então, ele estará mais em harmonia com o unihipili e mais próximos de uma percepção real do aumakua. Suas decisões serão dadas por crenças sem dúvida que conduzem às mudanças de padrões.
O que decide a formação de memórias é a intensidade das vivências que as ações provocam. Podem ser analisadas ou não, pelo uhane. Se há uma ordenação das memórias pelo uhane, ele decide; se não, formam-se as fixações ou complexos.
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